Crimes contra LGBTQIAP+ crescem 46% em Rondônia

Estado é o segundo da região Norte em violência contra a comunidade LGBTQIAP+.
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Voz da Terra
20 julho 2024
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Violência contra pessoas LGBTQIAPN+ aumentou em Rondônia (Foto: Agência Brasil)


Redação Voz da Terra

Rondônia registrou um aumento significativo de 46% nos crimes contra a comunidade LGBTQIAP+ em 2023 em comparação a 2022, tornando-se o segundo estado da região Norte com mais ocorrências desse tipo.

Dados alarmantes

Segundo o 18º Anuário Brasileiro de Segurança Pública, publicado pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública, Rondônia teve 73 vítimas LGBTQIAP+ em 2023. Desse total, foram registrados:

64 casos de lesão corporal

3 homicídios dolosos

6 estupros

Comparativo regional

O Pará lidera a triste estatística na região Norte, com 113 vítimas em 2023. Rondônia vem em seguida, com 73 casos, seguido por Roraima (60), Amapá (46), Amazonas (46) e Tocantins (37).

Subnotificação e desafios

O anuário destaca a subnotificação como um problema significativo, que pode mascarar a real extensão da violência. O Acre, por exemplo, não registrou nenhum desses crimes em 2023, o que pode não refletir a realidade.

Mudanças na legislação

Em 2023, o Supremo Tribunal Federal decidiu que atos de homofobia e transfobia seriam tratados como crimes de injúria racial. Em Rondônia, foram registrados 12 crimes dessa natureza, representando uma queda de 14% em relação ao ano anterior.

CASOS DE VIOLÊNCIA 

Ex-militar preso por morte de travesti em Porto Velho

Em março de 2024, um ex-militar do Exército foi preso sob acusação de ter assassinado a travesti Helen Roma em fevereiro, em Porto Velho.

De acordo com a Delegacia de Homicídios (1ª DERCV), responsável pela investigação, o suspeito veio do Acre, um mês antes do crime, com o objetivo de matar Helen. Armado com um facão, ele desferiu golpes fatais na vítima.

Após meses de investigação, a Polícia Civil de Rondônia conseguiu rastrear o suspeito até sua residência em Porto Acre, a cerca de 20 quilômetros de Rio Branco. Policiais de Porto Velho foram ao Acre e prenderam o ex-militar, cujo nome não foi divulgado. A polícia destacou que ele era cuidadoso e evitava câmeras de segurança para não ser identificado.

Morte por ser gay

Em fevereiro de 2020, foram presas três pessoas envolvidas na morte de um jovem homossexual em outubro de 2019, na Zona Leste de Porto Velho. A Polícia Civil apontou que o crime foi motivado pela orientação sexual da vítima.

Segundo a delegada Leisaloma Carvalho, Luiz Fernando França, de 20 anos na época, tinha um relacionamento com Wilken e outros dois suspeitos. O crime teria sido motivado pelo medo de exposição da orientação sexual dos envolvidos. "A vítima ameaçava revelar os relacionamentos, o que gerou a reação violenta dos suspeitos", explicou a delegada.

Luiz Fernando, foi esfaqueado várias vezes. Os presos em flagrante passarão por audiência de custódia, enquanto os demais serão levados ao presídio. A polícia diz que continua apurando o caso.

Busca por Justiça

A mãe de Luiz Fernando, Maria de França, compareceu emocionada à Delegacia de Homicídios na época. "A prisão alivia, mas não traz meu filho de volta", disse ela. Maria quer confrontar os suspeitos para entender a motivação do crime.

Luiz Fernando França Pereira foi encontrado morto em 22 de outubro de 2019, na Estrada dos Periquitos, Zona Leste de Porto Velho. O corpo apresentava diversos ferimentos de faca e a motocicleta dele foi achada próxima ao local. Testemunhas relataram que Luiz tinha um relacionamento com um homem e havia sido ameaçado após uma briga. 


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