Conheça "muvuca" a técnica usada para recuperar florestas em Rondônia

O sistema de plantio com baixo custo, gera emprego e renda.
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Voz da Terra
11 setembro 2024
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Muvuca é um jeito de plantar sementes de uma vez no solo, acelerando a recuperação de áreas degradadas e aumentando a biodiversidade (Foto: Rio Terra)

Redação Voz da Terra

Em meio à destruição ambiental intensa e histórica em Rondônia, algumas iniciativas buscam transformar a realidade de desmatamento. O projeto de reflorestamento "Floresta Produtiva" pretende, até 2025, desenvolver e divulgar modelos inovadores de restauração que unam a recuperação do ecossistema com a geração de renda para produtores rurais.

Na comunidade de Vila Nova de Teotônio, em Porto Velho (RO), famílias aprendem a extrair produtos não madeireiros dos sistemas implantados. O projeto também oferece emprego, capacitando e contratando trabalhadores locais para o plantio e manutenção das áreas em recuperação.

A técnica de reflorestamento usada, chamada "muvuca", espalha uma mistura de sementes direto no solo, imitando o ciclo natural da floresta. Mais barata que o plantio de mudas, pode gerar ganhos econômicos e sociais, com sementes selecionadas para garantir diversidade e qualidade no processo de restauração.

“Podemos escolher as espécies, principalmente essas que trazem retorno econômico mais rápido, então pra minha comunidade seria algo muito interessante” comenta Denise Viana Borges, presidente da Associação dos Moradores da Reserva Extrativista Rio Preto Jacundá (Asmorex), que faz parte do programa.

A iniciativa busca aumentar a renda da comunidade com a semeadura direta de espécies nativas, incluindo árvores para madeira, plantas frutíferas para consumo e venda, além de produtos como óleos e essências. O projeto também quer recuperar áreas produtivas e transferir tecnologia para restauração florestal, focando na semeadura direta. Outra meta é apoiar a criação de casas de sementes e criar um sistema para organizar os dados sobre coleta e venda, desenvolvendo um modelo econômico com base em espécies regionais de valor comercial.

“A ideia é que, com o tempo, os proprietários possam aproveitar esses recursos para aumentar a renda. Então, além da restauração ecológica, estamos ajudando a melhorar a economia do produtor”, explica Iara Barberena, coordenadora de restauração florestal do projeto. “Com a floresta a gente tem água no solo, água no rio, água no lençol freático e chuva. Floresta é vida, floresta é água”, comenta Danielle Celentano, analista sênior na área de restauração ambiental. O projeto é uma parceria entre a Santo Antônio Energia, o Centro de Estudos Rioterra e o Instituto Amazônia+21.

CENÁRIOS

Uma das soluções para o Brasil cumprir a meta de recuperar 12 milhões de hectares de florestas, estabelecida no Acordo de Paris, é a implementação do Programa de Regularização Ambiental (PRA), previsto no Código Florestal. Apesar dos esforços de diversos projetos ambientais, o desmatamento ainda é um grande desafio.

A Década da Restauração de Ecossistemas da ONU (2021-2030) faz um apelo global para frear os impactos climáticos. Em 2023, a taxa de desmatamento da Amazônia Legal Brasileira foi de 9.064 km², uma redução de 21,8% em relação ao ano anterior, mas o bioma amazônico ainda sofre com a pressão do desmatamento ilegal.

Iniciativas de restauração florestal visam reverter esse cenário, com a meta de recuperar milhões de hectares perdidos. Esses projetos vão além da questão ambiental, gerando benefícios para quem colabora na preservação da floresta.


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