Florestas impactadas por grandes empreendimentos estão sendo recuperadas em Rondônia

Ações acontecem na sub-bacia hidrográfica do Baixo Rio Jamari.
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Voz da Terra
11 setembro 2024
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Mudas que serão utilizadas para reflorestar áreas de risco impactadas (Foto: Rio Terra)

Redação Voz da Terra

A preservação da Amazônia é necessária para regular o clima global, mas enfrenta sérios desafios devido ao desmatamento acelerado e ilegal. Esse bioma vital impactos diretos dos fenômenos climáticos extremos, como o El Niño, que eleva as temperaturas dos oceanos e altera os ciclos de chuva, resultando em secas severas. A combinação de desmatamento e queimadas piora o cenário, reduzindo a cobertura florestal e contribuindo para um clima mais seco.

Em Rondônia, os efeitos desses fenômenos são evidentes. Em 2024, a previsão é de uma seca intensa que deve persistir até novembro. As bacias hídricas do estado apresentam níveis abaixo da média comparados aos anos anteriores. A bacia do rio Jamari, vital para a geração de energia hidrelétrica, abastecimento de cidades e irrigação agrícola, é uma das áreas mais afetadas. Por isso é urgente adotar medidas de recuperação florestal para preservar os fluxos e nascentes de água.

O projeto "Agro Verde" pretende reflorestar 2.000 hectares degradadas há mais de dez anos, na bacia do Baixo Rio Jamari, abrangendo propriedades rurais de agricultores familiares e médios proprietários. O total que será recuperado, parece pouco diante da escalada de destruição de áreas verdes. As áreas beneficiadas estão nos municípios de Alto Paraíso, Ariquemes, Candeias do Jamari, Cujubim, Itapuã do Oeste, Monte Negro e Rio Crespo. São regiões com alta concentração de atividades agrícolas, pecuária, mineradoras e geração de energia.

"Nosso objetivo é o desenvolvimento sustentável de Rondônia, restaurando as condições das bacias hidrográficas para combater a crise hídrica. O aumento da resiliência das bacias e a melhoria da qualidade da água trarão benefícios econômicos aos produtores rurais”, afirmou Fabiana Barbosa Gomes doutora em Geografia pela Universidade Federal do Paraná (UFPR). O projeto oferece aos agricultores familiares a chance de recuperar áreas de pastagens degradadas, regularizar ambientalmente suas propriedades e receber pagamentos por serviços ambientais.

“Recuperar a vegetação ciliar é crucial para mitigar os impactos da remoção dessa vegetação, como a erosão e o assoreamento dos leitos dos rios, o que diminui a disponibilidade de água. Além disso, a vegetação reduz a velocidade das enxurradas e favorece a infiltração da água no solo, beneficiando o desenvolvimento das plantas”, explicou Luiz Felipe Uchoa, coordenador de Extensão Rural da Rioterra, que desenvolve o projeto com seus parceiros.

Benefícios 

A recuperação ajudará a mitigar as mudanças climáticas ao sequestrar carbono ao longo de 40 anos. Além disso, promoverá benefícios socioeconômicos, como a geração de empregos e a melhoria da adequação ambiental das propriedades rurais.

O projeto conta com certificações VCS+CCB, garantindo a geração de créditos de carbono de alta qualidade. 

Até o primeiro semestre de 2024, as equipes de assistência técnica realizaram 4.973 visitas a propriedades rurais e identificaram 1.050 áreas adequadas para reflorestamento. A adesão ao projeto contou com 56 proprietários rurais, que totalizam 123,76 hectares em restauração.

O plano é recuperar 2 mil hectares degradadas (Foto: Rio Terra)


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