Redação Voz da Terra
A recente posse de Donald Trump como presidente dos Estados Unidos da América (EUA) trouxe uma série de medidas que colocam em risco o meio ambiente global, o clima e a Amazônia.
Trump assinou ordens executivas para retirar os EUA do Acordo de Paris, incentivar a produção de combustíveis fósseis e desmantelar regulamentações ambientais estabelecidas por administrações anteriores. Os decretos assinados pelo presidente americano atraem e estimulam grupos de extrema-direita mundiais.
Acordo de Paris
Foi em 2015, que mais de 190 países se reuniram em uma cúpula climática das Nações Unidas em Paris e aprovaram o que ficou conhecido como Acordo de Paris, ou Acordo Climático de Paris, para limitar o aquecimento global abaixo de dois graus Celsius, mas de preferência a 1,5 graus.
O consenso foi dividido entre os países sobre se a meta deveria ser de 1,5 ou dois graus. O limite inferior foi o sugerido pelos cientistas do clima e, em última análise, foi adicionado ao texto como um ideal, em vez da meta formal do acordo.
A mudança climática acelerou e o planeta está aquecendo em um ritmo que nem mesmo os cientistas previram. As evidências de que a capacidade da natureza e da humanidade de se adaptar ao aquecimento global cairá significativamente aumentaram nos últimos anos, isso se o planeta sofrer um aquecimento acima de 1,5 graus.
Prejuízos
A saída dos Estados Unidos do Acordo de Paris representa um golpe significativo nos esforços internacionais para combater as mudanças climáticas. Como uma das maiores economias e um dos principais emissores de gases de efeito estufa, a participação dos EUA é essencial para o sucesso desse acordo.
A ausência americana não só dificulta o cumprimento das metas globais de redução de emissões, mas também pode desencorajar outros países a manterem seus compromissos ambientais.
No contexto brasileiro, as políticas de Trump têm implicações diretas. Durante o governo anterior, os Estados Unidos haviam prometido uma contribuição de US$ 500 milhões para o Fundo Amazônia, destinado à preservação da floresta.
Até o momento, apenas uma fração desse valor foi efetivamente transferida. Com a nova administração nos EUA, há uma preocupação real de que esses repasses sejam interrompidos, comprometendo projetos essenciais de conservação e desenvolvimento sustentável na região amazônica.
Além disso, a postura de Trump em relação às mudanças climáticas e à proteção ambiental pode influenciar negativamente políticas internas no Brasil. A afinidade ideológica entre líderes que minimizam a importância da agenda ambiental pode resultar em flexibilização de leis de proteção, aumento do desmatamento e exploração desenfreada de recursos naturais. Essa dinâmica não apenas ameaça a biodiversidade da Amazônia, mas também afeta as comunidades indígenas e tradicionais que dependem da floresta para sua sobrevivência.
Em resumo, as recentes decisões do governo de Donald Trump representam uma ameaça significativa ao meio ambiente global e têm impactos diretos sobre o Brasil e a Amazônia. É fundamental que a comunidade internacional e os governos locais permaneçam vigilantes e atuem de forma colaborativa para mitigar esses efeitos, garantindo a proteção do planeta para as futuras gerações.
COP-30 no Pará
A ausência de compromisso dos EUA pode desestimular outros países a cumprir suas metas ambientais, dificultando a obtenção de consensos durante a COP30.
Em resposta, o governo brasileiro tem tomado medidas para assegurar o sucesso da conferência. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nomeou o experiente diplomata André Corrêa do Lago para presidir a COP-30, destacando o compromisso do Brasil com a agenda climática.
Além disso, o governador do Pará, Helder Barbalho, convidou formalmente o presidente Trump para participar do evento, enfatizando a importância da colaboração internacional nas questões ambientais.
A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, expressou preocupação com as políticas ambientais adotadas por Trump, classificando-as como "tempos desafiadores" para a agenda climática global.
Apesar dos desafios, o Brasil busca liderar as discussões na COP30, promovendo o engajamento de diversos países e reforçando a necessidade de ações conjuntas para enfrentar as mudanças climáticas.
Resposta da oposição Americana
Diante dessas medidas, a oposição nos Estados Unidos tem adotado diversas estratégias para mitigar os impactos das políticas ambientais de Trump.
Governadores de estados como Califórnia e Nova York reafirmaram seu compromisso com os objetivos do Acordo de Paris, implementando políticas estaduais de redução de emissões e incentivo às energias limpas.
Organizações não governamentais intensificaram campanhas de conscientização e ações judiciais para bloquear retrocessos ambientais. Além disso, empresas privadas mantêm investimentos em sustentabilidade, reconhecendo a importância econômica e social das práticas ecológicas.
Posicionamento do Brasil
Para o Brasil, as políticas ambientais de Trump representam desafios e oportunidades. A nomeação do diplomata André Corrêa do Lago para liderar a COP30 em Belém demonstra o compromisso brasileiro com a agenda climática.
Mesmo com a saída dos EUA do Acordo de Paris, o Brasil pode fortalecer alianças com outros países comprometidos com a sustentabilidade, como os da União Europeia e a China.
Internamente, é crucial intensificar políticas de preservação da Amazônia e buscar fontes alternativas de financiamento para projetos ambientais, reduzindo a dependência de aportes norte-americanos.