Rondônia vive banho de sangue e a contaminação dos poderes com grupos criminosos

Tráfico, violência e corrupção expõem a aliança entre crime organizado e poder, aprofundando a crise em Rondônia.
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Voz da Terra
14 janeiro 2025
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A relação entre crime e o poder é perigosa para sociedade (Foto: Joédson Alves/Agência Brasil)
Redação Voz da Terra

Rondônia enfrenta desafios grandes com a crescente onda de violência e criminalidade. A barbárie que toma conta das ruas à luz do dia, estampa o noticiário e deixa inerte autoridades públicas e parlamentares contaminados por grupos criminosos.

Embora o estado tenha registrado a menor taxa média de homicídios na região Norte, se destaca pelos conflitos e crimes no campo e nas áreas urbanas. Em 2023, o estado registrou um aumento de 113,7% nos conflitos no campo em comparação com o ano anterior, o maior índice em sete anos.

A violência nos centros urbanos é preocupante. Em 2022, Porto Velho foi classificada como a quarta capital com maior número de homicídios no Brasil, com uma taxa de 47,6 homicídios por 100 mil habitantes, enquanto a média nacional era de 21,7.

Na noite desta segunda-feira (13) ônibus foram incendiados em três regiões. Com transportes públicos parados, bairros ficaram sem energia e houve controle de quem entra e sai em determinadas áreas da capital e mais mortes. São os recentes episódios que aumentam a sensação de insegurança entre os cidadãos. Além disso, ocorreram mortes de policiais, intensificando o clima de tensão. Os crimes de feminicídio não tem freio! Rondônia é o estado que mais mata mulheres.

A população vai ficando sitiada. Grande parte desses ataques criminosos são comandados de dentro dos presídios do estado, onde as facções comandam mais que as autoridades de segurança. 

Grupos criminosos 

As facções criminosas têm ampliado sua influência no estado, controlando atividades ilícitas como tráfico de drogas, armas, roubo de produtos florestais madeireiros e não madeireiros e minerais. Estudos indicam que essas organizações fazem parte de uma rede complexa que opera em todo o país, adaptando-se às condições específicas da Amazônia rondoniense.

As drogas que abastecem o estado provêm de países vizinhos, como Bolívia e Peru, entrando no Brasil por rotas na região Norte. As armas utilizadas pelo crime organizado chegam por meio de contrabando, aproveitando as fronteiras extensas e de difícil fiscalização, rios, pistas de pouso clandestinas e por trilhas no meio da floresta.

Mas há indícios de que parte desses recursos financeiros seja utilizada para corromper agentes públicos e financiar campanhas políticas, estabelecendo uma relação perniciosa entre o crime organizado e o poder político.

Segurança para todos

As forças de segurança em Rondônia têm sido criticadas por práticas corporativistas. Há percepções de que crimes contra civis não recebem a devida investigação, enquanto mortes de militares resultam em respostas imediatas, com ocupação de territórios dominados por facções. Essa discrepância na atuação policial levanta questionamentos sobre a imparcialidade e eficácia das instituições de segurança pública.

O aparelhamento das instituições públicas e a contaminação entre o crime e o poder político são questões alarmantes. Relatórios apontam para uma escalada de violência e violações de direitos humanos em Rondônia, com indícios de criminalização de movimentos sociais e conivência de agentes públicos com atividades ilícitas.

Em resposta, o governo estadual tem implementado medidas para combater a criminalidade. Entre janeiro e outubro de 2024, Rondônia registrou uma redução histórica nos índices de criminalidade, resultado de investimentos em segurança pública e atuação coordenada das forças policiais. Houve quedas significativas em crimes como furtos (-18%), roubos (-35%) e violência doméstica (-3%).

Apesar desses avanços, é essencial que as autoridades mantenham esforços contínuos para enfrentar os desafios persistentes, garantindo que as ações de segurança pública sejam imparciais e eficazes, protegendo todos os cidadãos. 

Rondônia, precisa de intervenção federal urgente em todos os poderes. Que se faça justiça!


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