Redação Voz da Terra
Anuário Estadual de Mudanças Climáticas aponta que altas temperaturas e ondas de calor poderão afetar as plantações, especialmente a de milho. “É um dos estados com maior vulnerabilidade viária frente às mudanças climáticas, devido à precariedade das estradas e falta de recursos”, diz o documento.
Os períodos de sol e chuva continuam oscilando em Porto Velho, Rondônia. Em apenas um dia, choveu 125 milímetros, o que corresponde a 42% do total esperado para o mês. Volume previsto para todo mês de fevereiro.
O prefeito Léo Moraes (Podemos) convocou uma reunião emergencial na sede da Secretaria Municipal de Obras (Semob) para avaliar os impactos das inundações e reforçar as medidas que estão sendo adotadas no enfrentamento dos alagamentos.
Na região periférica da cidade houve muito transbordamentos de córregos em razão da falta de drenagem e lixo. A cidade enfrentou alagamentos nas bacias dos canais do Tancredo e dos Tanques, afetando bairros como Três Marias, Lagoinha, Agenor de Carvalho, Nova Porto Velho, Tancredo Neves, JK, Escola de Polícia e Bairro Tiradentes.
SECA HISTÓRICA
Em 2014, o município de Porto Velho enfrentou um dos maiores desastres com a cheia histórica do rio Madeira, na capital do Estado. A enchente afetou mais de 542 mil pessoas, trouxeram prejuízos públicos sobretudo no abastecimento de água, e prejuízos privados sobretudo para a indústria.
Dez anos depois, em 2024, aconteceu o inverso. Um onda de calor causou secas históricas, afetando a produção das maiores hidrelétricas estaduais Santo Antônio e Jirau, que tiveram que reduzir a capacidade de produção de energia elétrica no Estado. As duas usinas abastecem o sul do Brasil, além de Rondônia e Acre.
No período de estiagem no ano passado, de janeiro a novembro de 2024, o total de área queimada foi de 1.398.472 hectares, um aumento de 76% em relação ao mesmo período de 2023, conforme apontou o Monitor do Fogo.
O QUE É O ANUÁRIO
O Anuário Estadual de Mudanças Climáticas reúne informações de todos os estados e surgiu em resposta à falta de conhecimento especializado sobre ações climáticas em nível subnacional. O objetivo é trazer informações e dados setoriais que ajudem a entender como as Unidades Federativas estão atuando diante das mudanças climáticas.
As políticas, planos e programas estaduais direcionam os esforços para contribuir com a descarbonização e a mitigação dos impactos socioeconômicos e ambientais, através de investimentos em medidas de prevenção e adaptação locais.
O documento foi desenvolvido pelas equipes do Centro Brasil Pelo Clima (CBC) e do Instituto Clima e Sociedade (iCS) utilizando uma metodologia qualitativa, por meio de fontes secundárias e uma análise da literatura setorial, e quantitativa, com uso de dados extraídos a partir de bases de dados especializadas.