Organização vai denunciar na ONU, violência policial em Rondônia

Dez pessoas foram mortas em operações policiais, incluindo adolescentes e jovens.
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Voz da Terra
23 fevereiro 2025
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Estrutura de segurança na periferia de PVH (Foto: Secom Ro)

Voz da Terra - Uol

Integrantes da ONG APMF (Assessoria Popular Maria Felipa) vão à ONU (Organização das Nações Unidas), em março, para denunciar a violência policial na periferia de Porto Velho.

Entre 14 e 30 de janeiro de 2025, pelo menos dez pessoas foram mortas em operações, incluindo adolescentes e jovens.

O que aconteceu

A APMF diz que a polícia tem "imposto estado de terror" na periferia da cidade. Segundo a organização, a operação "Aliança pela Vida, Moradia Segura II" , deflagrada pela Polícia Militar em 13 janeiro, tem resultado em abordagens violentas, invasões de domicílio e execuções extrajudiciais sob o pretexto de combater o crime organizado.

A operação começou após a morte do cabo Fábio Martins. O policial foi assassinado com seis tiros na cabeça no dia 12, no residencial Orgulho do Madeira, zona leste da capital. Ele estava de folga. O homem suspeito de cometer o crime foi preso.

A ONG vai participar da 58ª Sessão do Conselho de Direitos Humanos da ONU. O encontro ocorre de 3 a 7 de março, em Genebra. Eles vão protocolar um apelo urgente para pressionar autoridades brasileiras.

"A atuação policial, que deveria garantir a segurança pública, tem imposto um estado de terror, afetando especialmente moradores negros, indígenas e de baixa renda" diz a ONG, em nota.

A Assessoria Popular Maria Felipa também participará de debates na ONU sobre liberdade religiosa e tortura.

No Debate Geral do Alto Comissariado o grupo discutirá o impacto dos algoritmos digitais na disseminação da violência e do racismo.

Procurado, o governo de Rondônia não respondeu à reportagem. Assim que houver manifestação, a matéria será atualizada.

O OUTRO LADO

Por meio de uma nota pública, o Comando da Polícia Militar de Rondônia “reafirma seu compromisso com a segurança da população, sempre atuando dentro da legalidade e empregando o uso progressivo da força de forma responsável. Nossa missão é preservar vidas e garantir a ordem pública, respeitando os direitos de todos.”

Diz que “dados mostram que o número de ocorrências que resultam em confronto com disparo de arma de fogo é pequeno em relação ao total de nossas atuações. Esse índice reflete diretamente no baixo número de denúncias contra a corporação e seus membros, demonstrando a conduta profissional e equilibrada de nossos policiais militares”.

E comenta sobre índices de redução da violência. “Em janeiro deste ano, Porto Velho registrou a maior redução nos índices criminais da sua história, um reflexo direto das ações do Plano Aliança pela Vida, uma iniciativa do Governo do Estado. Com foco na governança dentro dos residenciais populares, o programa tem implementado políticas públicas multidisciplinares voltadas para o ambiente e para os moradores, promovendo mudanças significativas na realidade dessas comunidades. A cada dia, vemos os frutos dessas iniciativas não apenas nos números, mas na vida das pessoas, com mais segurança e qualidade de vida para todos.”

“Reforçamos nosso compromisso com a transparência e com a legalidade, sempre buscando oferecer um serviço de segurança pública de excelência para todos”, finaliza a nota.


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