Pesquisa afirma que Brasil é o segundo país que mais mata defensores da terra

De acordo com o novo Índice de Democracia Ambiental (IDA), Roraima teve a pior nota geral, com 20,8 pontos de 100.
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Voz da Terra
20 junho 2025
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Protetores da Amazônia (Foto: Fabio Rodrigues-Pozzebom - Agência Brasil)

Redação Voz da Terra - Um índice divulgado pelo Instituto Centro de Vida (ICV) e pela Transparência Internacional - Brasil, reconheceu o Brasil como o segundo país que mais mata defensores da terra e do meio ambiente.

Segundo o novo Índice de Democracia Ambiental (IDA), os nove Estados da Amazônia Legal oferecem baixos níveis de acesso à Justiça (nota 53 de um total de 100), acesso à informação (41,7), acesso à participação (31,7) e ainda mais baixos de proteção aos defensores ambientais (somente 11,8 numa escala de 0 a 100). A média foi de apenas 34,5 pontos.

Os dados indicam que nenhum desses estados alcançou a classificação de "bom" no IDA. Roraima teve a pior nota geral, com 20,8 pontos; seguido por Acre (26,5), Tocantins (30); Amapá (31); Rondônia (32,1); Amazonas (37,8); Maranhão (39,8); Pará (44,6) e Mato Grosso (48,3).

O governo federal e outros órgãos da União também foram avaliados, com a nota final de 64,8 pontos e uma boa classificação.

A pior avaliação no IDA, geral e individual de cada estado brasileiro, foi no critério de proteção aos defensores e às defensoras ambientais.

O fator que contribui para esse resultado, é o fato de que Pará, Mato Grosso e o Maranhão, possuem programas próprios de proteção de defensores de direitos humanos, comunicadores e ambientalistas, o que demonstra um baixo comprometimento com o tema.

Outro contribuinte, é a falta de canais de denúncia de violação de direitos humanos, de protocolos que orientem a atuação policial nestes casos e de capacitação dos agentes.

Melhor desempenho

O melhor desempenho médio dos Estados e da União foi em acesso à Justiça. O estudo avalia a existência ou não — no Poder Judiciário, na Defensoria Pública e no Ministério Público — de estruturas especializadas em questões ambientais, fundiárias e de povos indígenas e comunidades tradicionais.

"Quando o acesso à Justiça, à informação e à participação é limitado ou até mesmo negado, defensores ambientais ficam ainda mais expostos à violência. Não existe proteção efetiva sem garantir que a sociedade possa fiscalizar, denunciar e participar das decisões que impactam diretamente o meio ambiente", afirma Marcondes Coelho, coordenador do Programa Transparência e Justiça Climática do Instituto Centro de Vida.

A Transparência Internacional - Brasil e o ICV alertam para a adoção das seguintes medidas:

Fortalecimento dos programas de proteção a defensores e defensoras ambientais

Disponibilização de informações ambientais essenciais

Criação e reforço de estruturas especializadas

Aprimoramento de instrumentos de participação social

Ratificação Acordo de Escazú


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