"Escolas ensinam práticas sexuais inadequadas e casamento com
adultos".
Essa declaração foi feita em um canal de TV
aberto, durante uma entrevista em março deste ano, na cidade de
Cruzeiro do Sul, por Márcia Bittar, esposa do senador Márcio Bittar
(UB - Acre), ambos aliados do presidente Jair Bolsonaro.
Sobre a fala de Márcia o Sindicato dos Trabalhadores em Educação
do Acre (Sinteac) prometeu uma ação judicial.
"Ela é uma pessoa despreparada, não conhece a temática
para debater. E se coloca a ofender os trabalhadores em Educação
de toda a rede, seja federal, particular ou rede pública. A
fala segue o perfil do presidente que não tem respeito pela
igualdade de gênero. Nossos trabalhadores têm responsabilidade
e compromisso pela educação", declarou na época, Rosana
Nascimento.
Márcia disse que foi interpretada de maneira errada, "Estava
sim alertando as pessoas das consequências ruins se adotarmos a
ideologia de gênero no ensino. Alertando para os graves
problemas que temos ao permitir a sexualização precoce das
crianças".
Agora à pedido do senador Bittar, Márcia, foi anunciada como
vice na chapa de reeleição de Gladson Cameli, governador do Acre. A
negociação começou no Palácio do Planalto até chegar em Rio
Branco, Capital.
Aliados do governador engoliram a seco o anúncio feito por Gladson
na noite desta quarta-feira (29), na companhia de diregentes de nove
partidos que fazem parte do bloco de apoio de Cameli.
O governador
disse que vai buscar novos aliados e pacificar o clima de
desaprovação do nome de Márcia Bittar como pré-candidata a vice na chapa dele para às eleições de 2022.
Analistas políticos dizem que essa aliança feita por Gladson pode
não agradar seu eleitorado e entregar o governo de bandeja para o
adversário, senador Sérgio Petecão, que já foi ou ainda é aliado
de Cameli.
E dizem ainda que se eleito, Cameli pode levar um "pé na
bunda", como fez seu atual vice, Major Wherles Rocha, que
decidiu caminhar sozinho, dizendo ser oposição.