Rio Acre voltou a registrar a menor cota da história neste sábado, 1,26 metro — (Foto: Arquivo/Defesa Civil de Rio Branco) |
O mês de outubro iniciou com o nível do Rio Acre voltando a registrar a menor cota do ano na capital acreana, 1,26 metro. O manancial baixou 10 centímetros entre sexta-feira (30) e este sábado (1º).
Entre quinta (29) e sexta foi registrado um acumulado de 23,8 milímetros de chuva na capital. Essa foi a segunda vez que choveu em Rio Branco no mês de setembro. A primeira foi no dia 15 de setembro, quando choveu 54,2 mm.
Com isso, no mês, o acumulado ficou em 78 mm, sendo que o esperado era de 95,5 milímetros. Após a chuva, o nível do Rio Acre subiu 10 centímetros.
O manancial já bateu a menor marca quatro vezes este ano. A cota histórica era de 1,30 metro, registrada em 2016. Esse ano, o manancial marcou esse nível no dia 10 de setembro, depois seguiu em baixa até a última quinta (29) quando chegou a 1,26 metro.
"Voltamos para a pior marca histórica registrada até agora. Esse regresso era previsto por nós porque o que aconteceu na quinta-feira foi uma enxurrada, então, aumenta mesmo um pouco o nível. Mas, se não continuar chovendo, então, em seguida volta a descer", explicou o coordenador da Defesa Civil de Rio Branco, tenente-coronel Cláudio Falcão.
As menores cotas já registradas são:
1,29 metro - 11 de setembro de 2022
1,27 metro - 28 de setembro de 2022
1,26 metro - 29 de setembro de 2022
Afluentes e chuvas
Ainda conforme dados do órgão municipal, os principais afluentes do Rio Acre estão com os níveis baixos também. A exemplo do Rio Espalha que está com 30 centímetros e o Riozinho do Rola com apenas 74 centímetros.
"O Rio Xapuri não está muito baixo, mas mesmo assim influencia porque deságua no Rio Acre e vem pra cá [capital], então, é muito crítico. Podemos ter uma noção da severidade por conta do Espalha, que está com 30 centímetros", relatou o coordenador.
O coronel acrescentou que não há previsão de chuva significativa até dia 10 de outubro. "Do dia 15 pra frente vamos começar a ter chuva com mais frequência. Quando iniciar o mês de novembro teremos chuvas mais regulares e muda todo nosso cenário", diz.
Operação
Os moradores que não são atendidos pelo serviço de água da capital acabam sofrendo ainda mais com a seca. São moradores de comunidades que têm acesso a poço e que, neste período, acabam sendo castigados pela escassez de água.
É por isso que a Defesa Civil usa carros-pipa para levar água potável para essas pessoas. O órgão municipal atende 23 comunidades rurais com o objetivo de amenizar os impactos.
“São milhares de pessoas atingidas, mas estamos com 23 comunidades, que dá em torno de 3,5 mil famílias e 14 mil ou mais pessoas e ainda temos 15 comunidades na fila pedindo socorro, então é muita gente atingida pela seca passando necessidades e estamos fazendo de tudo para amenizar os impactos”, confirmou Falcão.
Dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) mostram que o estado acreano registrou mais de 6,6 mil focos de queimadas nos 29 primeiros dias de setembro. O total de queimadas neste ano em todo o estado é de 9.727. Com esse número, o Acre tem o pior setembro de queimadas dos últimos 24 anos. (G1 Acre)