O Guardian publicou matéria descrevendo como as seguradoras estão fugindo do risco climático, deixando algumas regiões costeiras literalmente “inseguráveis”. Mas no caso das pequenas ilhas do Pacífico, a situação vai além: uma detalhada matéria da France24 descreve a funesta perspectiva de desaparecimento que as pequenas nações insulares enfrentam.
De acordo com um estudo citado pelo Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas da ONU, cinco nações (Maldivas, Tuvalu, Ilhas Marshall, Nauru e Kiribati) podem se tornar inabitáveis até 2100, criando 600.000 refugiados climáticos apátridas. Especialistas em clima da ONU estimam que o nível do mar já subiu de 15 cm a 25 cm desde 1900 e o ritmo de aumento está acelerando, especialmente em algumas áreas tropicais. Se as tendências de aquecimento continuarem, os oceanos poderão subir quase um metro a mais ao redor das ilhas do Pacífico e do Índico até o final do século.
Embora isso ainda esteja abaixo do ponto mais alto dos menores e mais planos estados insulares, a elevação do mar será acompanhada pelo aumento nas tempestades e marés; a contaminação do sal na água e na terra tornará muitos atóis inabitáveis muito antes de serem cobertos pelo mar.
Como esses estados obterão recursos para projetos que permitam sua existência não está claro e reforça que a questão do financiamento das “perdas e danos” causados pelos impactos do aquecimento global será uma questão candente na COP27 no Egito.
Enquanto isso, cidades em todo o mundo correm para se adaptar. Segundo um novo relatório do CDP, quatro em cada cinco cidades em todo o mundo estão enfrentando riscos climáticos significativos, como ondas de calor, inundações e secas. Quase um terço dos riscos relacionados ao clima ameaçam pelo menos 70% de suas populações. A notícia é da Reuters.
Em relatório lançado na semana passada, a organização, que pesquisou 998 cidades de todo o mundo, mostra que quase dois terços das cidades esperam que os riscos enfrentados se tornem mais intensos no futuro, enquanto mais da metade prevê que eles se tornarão mais frequentes até 2025. Quase dois terços das cidades estavam adotando pelo menos um curso de ação climática centrado nas pessoas e vendo benefícios, mostrou o relatório, incluindo melhores proteções sociais e de saúde, melhorias econômicas e melhorias ambientais.
No entanto, nem todas as cidades podem adotar essas abordagens e a organização disse que é necessário um maior apoio financeiro dos governos para permitir iniciativas e regulamentações ambientalmente corretas. Mais da metade das cidades relatou enfrentar obstáculos para atingir suas metas de redução de emissões, sendo a capacidade fiscal o obstáculo mais comum, de acordo com o relatório. (ClimaInfo)