O Repórter Brasil sintetizou essas iniciativas, como a nova lei alemã que multa em até 2 milhões de euros qualquer empresa do país que desmatar florestas no Brasil ou comprar de fornecedores desmatadores. Na França, o banco BNP Paribas já enfrenta problemas na Justiça por conta de seus investimentos no frigorífico brasileiro Marfrig, acusado de comercializar carne produzida em áreas desmatadas ilegalmente.
“Será uma verdadeira virada de jogo na forma como as empresas operam suas atividades comerciais em toda a sua cadeia de suprimentos global. Não podemos mais fechar os olhos”, afirmou Didier Reynders, da Comissão Europeia, sobre a proposta de due diligence em análise no Parlamento Europeu, que prevê restrições similares para todo o bloco.
Em outra frente, a Comissão Europeia segue estudando maneiras para aprovar o acordo comercial com o Mercosul, em “banho-maria” por conta de divergências entre os países da UE sobre os compromissos ambientais a serem assumidos pelo Brasil.
No Valor, Assis Moreira informou que uma possibilidade que ganha força é a da “divisão” do texto em diferentes partes; ou seja, ao invés de aprová-lo em sua integralidade, os países europeus aprovariam partes dele, ao menos aquelas menos polêmicas.
Entretanto, entidades da sociedade civil europeia criticam a manobra, acusando-a de ser “uma tomada de poder antidemocrática” pela Comissão Europeia, que visa apenas driblar a oposição nos parlamentos nacionais e regionais de Áustria, Bélgica e Países Baixos.
Para a UE, o acordo com o Mercosul ganhou mais urgência depois da invasão russa à Ucrânia, mas estava brecado por conta das políticas antiambientais do governo Bolsonaro; com o presidente-eleito Lula, espera-se que essa oposição diminua. (Clima Info)