Crise climática ameaça o Quarup, ritual ancestral dos indígenas do Xingu

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FRANCISCO COSTA
6 dezembro 2022
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A luta conhecida como Huka Huka é um dos momentos mais aguardados do Quarup e encerra o último dia do ritual fúnebre. Foto: Sitah

O sol ainda demoraria a raiar quando homens e mulheres do povo Mehinako, moradores do Território Indígena do Xingu (TIX), no Mato Grosso, começaram a se dirigir até uma lagoa sagrada a dois quilômetros de distância de suas casas. Era o início dos rituais que antecederiam uma grande pescaria, necessária para alimentar os convidados que chegavam de outras aldeias para o Quarup, o ritual fúnebre ancestral dos povos originários da região do Alto Xingu.

Às margens da lagoa, enquanto o pajé entoava seus cânticos para que os pescadores se mantivessem protegidos das arraias e piranhas, algumas fogueiras eram acesas para que os indígenas ali presentes realizassem outros ritos, considerados fundamentais para que nada atrapalhasse um dos momentos mais importantes da cerimônia que daria fim ao luto dos familiares da pajé Iamony Mehinako, que morreu em maio de 2021, vítima da covid-19.

Uma dessas práticas consiste em acender tochas e queimar os pelos dos corpos de todos os homens que vão entrar na água e das mulheres que vão manusear os peixes para o preparo. O cheiro do pelo queimado, eles creem, espanta animais peçonhentos e evita outros tipos de acidentes.


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