O desmatamento na Amazônia em 2022 foi o maior registrado em 15 anos. (Foto: Felipe Werneck/Ibama) |
O desmatamento é uma doença que vem comendo a Amazônia de dentro para fora, o avanço da destruição da vegetação é um passo ao retrocesso ambiental, que lida com uma cultura desenfreada da destruição natural de suas próprias florestas, e essa realidade só cresce, no ano passado, em 2022, foi apontado como o maior desmatamento já registrado em 15 anos, é o que alerta os dados do monitoramento do Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon).
Os recordes são a ultrapassagem de sua própria natureza e a destruição das florestas chegaram ao número quinto, representando a devastação no período de janeiro a dezembro de 10.573 km² de matas, que calculados em qualquer calculadora mostraria o número que equivaleria ao tamanho de quase três mil campos de futebol desmatado por dia de florestas, um resultado amedrontador da flexibilização das leis ambientais por parte do governo vigente da época.
E o número do desmatamento só cresce, no acumulativo dos anos de 2019 a 2022, a área desmatada chegou ao tamanho de 35.193 km² de matas ao chão, esse resultado supera o tamanho de dois estados do nordeste brasileiro, Sergipe com 21 mil km² de área e Alagoas com 27 mil km².
Os dados do Imazon mostram também, que a Reserva Chico Mendes, uma unidade de conservação federal do Brasil, que abrange uma área de 970.570 hectares no estado do Acre é a quarta unidade mais desmatada no país, no ano de 2022, sendo o estado do Acre na quinta posição de região que mais apresenta destruição das florestas, com 880 km² de área.
A pesquisado do Imazon, Bianca Santos fala com esperança que esse tenha sido o último recorde de desmatamento registrado pelo sistema, já que o governo atual mostrou sinais de que a pasta ambiental, coordenada pela acreana Marina Silva é uma de suas prioridades na gestão de Luiz Inácio da Silva Lula.
“Esperamos que esse tenha sido o último recorde de desmatamento reportado pelo nosso sistema de monitoramento por satélite, já que o novo governo tem prometido dar prioridade à proteção da Amazônia. Mas, para que isso aconteça, é preciso que a gestão busque a máxima efetividade nas medidas de combate à devastação, como algumas já anunciadas de volta da demarcação de terras indígenas, de reestruturação dos órgãos de fiscalização e de incentivo à geração de renda com a floresta em pé”,
Marina Silva, atual ministra do Meio Ambiente e Mudanças do Clima tem sido uma figura promissora para o freamento do abuso ambiental que vem sofrendo a Amazônia nos últimos anos. Só nos seus primeiros 14 dias como coordenadora da pasta, já anunciou a criação de uma secretaria voltada a diminuição do desmatamento, política de desmatamento zero na Amazônia, onde falou em discurso de posse que o Brasil vai deixar de ser um “pária ambiental” e passará a ter “o melhor cartão de visita” na comunidade internacional. Além disso, anunciou no Fórum Econômico Mundial, que acontece na Suíça, uma política agrícola sustentável, sem a derrubar uma árvore.
Quem é a ministra do Meio ambiente
Maria Osmarina da Silva Vaz de Lima, mais conhecida como Marina Silva nasceu em Rio Branco, no Acre, no dia 8 de fevereiro de 1958. É uma historiadora, professora, psicopedagoga, ambientalista e política brasileira, filiada à Rede Sustentabilidade (REDE) e atual ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima do Brasil.
Ao longo de sua carreira política, exerceu os cargos de senadora pelo Acre entre 1995 e 2011 e de ministra do Meio Ambiente entre 2003 e 2008 e novamente desde 2023, além de candidatar-se nas eleições de 2010, 2014 e 2018 à presidência da República. Marina foi a candidata que compareceu a mais debates televisionados, totalizando 21 participações.