Pistoleiros atiram contra acampamento para expulsar trabalhadores rurais em Vilhena

O ataque foi na madrugada. Ninguém ficou ferido. Pistoleiros circulam armados e intimidam moradores.
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FRANCISCO COSTA
15 junho 2023
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Acampamento atacado com tiros em Vilhena, Ro (CPT)

Na cidade de Vilhena, distante cerca de 707 quilômetros de Porto Velho (RO), trabalhadores rurais foram atacados com tiros na madrugada do dia 03 de junho deste ano. Foram disparados ao menos 40 tiros contra o acampamento São Lourenço, por volta das 4 horas da manhã.  

De acordo com os acampados não houve feridos. Os pistoleiros não forma identificados e fugiram por estradas até chegar na BR-364, onde encontraram um carro de apoio. A Polícia Militar registrou o boletim de ocorrência e localizou projéteis de balas deflagrados. De acordo com os trabalhadores, o ataque foi uma forma de desorganizar o grupo e gerar pânico.

O acampamento fica distante cerca de 50 quilômetros de Vilhena, perto da Vila do Distrito de São Lourenço, onde moram trinta famílias de pequenos agricultores que foram despejados dos imóveis no inicio da pandemia. O grupo ocupava os lotes 61, 62, 63 da Gleba Corumbiara na cidade. As terras públicas estão em litígio por reforma agrária. 

De acordo com informações fornecidas pela Comissão Pastoral da Terra, na região existem relatos de que pistoleiros circulam armados para intimidar os moradores e tentar impedir acesso na principal estrada que liga a Fazenda Vilhena.


"O fato é que a violência tem sido marcante na disputa desta grande área de terra pública e é necessário que as autoridades não permitam mais ações de pistolagem, preservando especialmente todos aqueles que de forma legítima e pacífica defendem seus direitos. Que este ataque aos acampados seja investigado, desarmados e presos aqueles pistoleiros que na região ostentam posse ilegal de armas, especialmente de grosso calibre, como neste caso", diz a CPT.


Segundo a Comissão "também é necessária que seja agilizada na justiça a decisão dos processos que envolvem os antigos Contratos de Alienação de Terras Públicas (CATPs), que apesar de ter sido cancelados pelo Terra Legal e revertidos para o domínio da União, tiveram negativa ilegal dos Cartórios para averbar as decisões. Encontram-se muitas ações repetitivas do mesmo teor sendo discutidas no TRF em Brasília e ainda pendentes de decisão judicial. Salienta-se que mais de trinta conflitos da região do Cone Sul de Rondônia dependem destas decisões". Os conflitos por terra tem derramado muito sangue em Rondônia.


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