Ausência de políticas públicas piora cenário climático (Getty Images) |
Redação VOZ DA TERRA - Pesquisadores do Serviço de Mudanças Climáticas Copernicus afirmaram que 2023 foi o ano mais quente de toda história do planeta. Em novembro, completou o ciclo dos 6 meses com maior temperatura mundial, incluindo dois dias mais quentes do que 2ºC acima do período pré-industrial.
De acordo com cientistas do observatório europeu Copernicus, desde junho temos registrado um mês mais quente a cada novo período. Com isso, este ano, quebrará recordes, sendo o mais quente da história, conforme os alertas previstos.
Novembro deste ano foi o mais quente já registrado globalmente. Uma média do ar de superfície de 14,22°C e 0,85°C acima da média de novembro de 1991-2020 e 0,32°C acima do novembro mais quente anterior, em 2020. A temperatura média para o período de janeiro a novembro foi 0,13°C mais alta do que a média para o mesmo período em 2016, atualmente o ano mais quente registrado.
A escalada de altas temperaturas iniciou em junho e foi quebrada por julho, agosto, setembro, outubro e novembro. O número de dias que ultrapassou o limiar de aquecimento politicamente significativo de 1,5ºC e já atingiu um novo máximo, muito antes do final do ano.
Julho foi o mês mais quente em 120 mil anos, enquanto as temperaturas médias de setembro quebraram o recorde anterior em 0,5°C.
PLANETA FERVENDO
Uma organização que busca quantificar as emissões globais de gases de efeito estufa, apresentou na COP 28 um relatório anual que indica que o planeta Terra poderá ultrapassar o limite de aquecimento de 1,5ºC em sete anos.
O estudo da Global Carbon Project, diz que a poluição por dióxido de carbono (CO2) de origem dos combustíveis fósseis aumentou 1,1% no ano passado com um crescimento significativo das emissões na China e na Índia. Se o aumento de poluentes persistir, a probabilidade de ultrapassar a meta de 1,5°C estabelecida pelo Acordo de Paris é estimada em 50% até 2030.
Segundo a organização, iniciativas como expansão das energias renováveis, como energia solar, eólica e propagação do uso de veículos elétricos, previstos nas negociações climáticas da COP 28, ainda não são suficientes e representam apenas metade da solução.
A Global Carbon Project, diz que é preciso urgente reduzir as emissões de combustíveis fósseis. Das 40,9 bilhões de toneladas estimadas de CO2 emitidas globalmente este ano, 36,8 bilhões de toneladas são provenientes de combustíveis fósseis.
Pesquisadores afirmam que é preciso agir de maneira urgente, para reduzir as altas temperaturas globais.
O Brasil já possui políticas públicas na área de agricultura tropical, como o plano ABC+ (Agricultura de Baixo Carbono). O país já é reconhecido como uma potência agroambiental e energética e possui legislações ambientais mais rigorosas no mundo. Mas é preciso avançar mais.