Famílias posseiras sofrem ataques brutais e cobram ação das autoridades

Violência, grilagem e injustiça marcam disputa por terra na divisa entre Acre e Amazonas
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FRANCISCO COSTA
12 abril 2024
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Desmatamento na Amazônia para expansão pecuária, em Lábrea, Amazonas. (FOTO: © Victor Moriyama / Amazônia em Chamas)


Senador Guiomard (AC) e Lábrea (AM) - Em um novo capítulo da sangrenta saga por terras na Amazônia, um grupo de 27 posseiros que luta pela ocupação de uma área na divisa entre os municípios de Senador Guiomard (AC) e Lábrea (AM) foi novamente alvo de ataques brutais por parte de pistoleiros fortemente armados no último domingo (7).

Violência e Terror:

Tiros: Vários disparos foram direcionados contra os barracos onde as famílias se abrigavam, felizmente sem ferir ninguém.

Tortura: Um dos posseiros foi sequestrado e torturado pelos pistoleiros, que o sufocaram com sacos plásticos e o ameaçaram de morte caso denunciasse o crime.

Queima de Barracos: Na segunda-feira após o ataque, os posseiros, temendo por suas vidas, abandonaram o local. Na quarta-feira, ao retornarem, encontraram seus barracos completamente queimados.

Um falso proprietário e um histórico de violência:

Acusações: Os posseiros apontam o Sr. Ariosvaldo de Freitas, que se diz proprietário das fazendas Fusão 1 e 2 e Ponta Negra, como mandante do ataque. Ariosvaldo nega as acusações e afirma ter toda a documentação que comprova a posse da área.

Grilagem: Suspeita-se que Ariosvaldo esteja grilando terras públicas para ampliar suas propriedades rurais, o que já é uma prática comum na região.

Ações Legais: Ariosvaldo entrou com ação de interdito proibitório na Comarca de Senador Guiomard, pedindo à Justiça que impeça as "invasões" em suas propriedades. Ele também acusa os posseiros de crimes ambientais e os ameaça de morte.

Um Faroeste Amazônico:

Impunidade: A região da divisa entre Acre e Amazonas se tornou um faroeste moderno, onde a lei do mais forte impera e jagunços armados ditam as regras, em clara violação do Estado Democrático de Direito.

Pedido por Justiça: As famílias clamam por justiça e cobram das autoridades medidas para garantir sua segurança e o direito à terra.

Histórico de Conflitos:

Ocupação Marielle Franco: Na Fazenda Palotina, vizinha à área em disputa, mais de 200 famílias da ocupação Marielle Franco também sofrem com ataques e violência.

Ataques e Torturas: Em fevereiro, posseiros da ocupação Marielle Franco foram vítimas de ataques e torturas semelhantes aos da Fazenda Fusão.

A luta por um pedaço de chão:

Motivação: As famílias reivindicam a área para fins de assentamento e produção agrícola, buscando escapar da precarização e da falta de perspectivas na região.

Sonho de um Futuro Melhor: Almejam ter um lar próprio, trabalhar na terra e garantir um futuro digno para suas famílias.

O outro lado:

Acusações: para o jornal O VARADOURO, o advogado do Sr. Ariosvaldo nega as acusações e afirma que seu cliente tem interesse em se pronunciar sobre o caso, mas que no momento está na fazenda e não pode ser contatado.



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