Em Santarém, a mobilização acontece em uma semana emblemática para os povos indígenas: o “aniversário” do município. Para o senso comum, a cidade comemora 361 anos no dia 22 de junho, no entanto, arqueólogos afirmam que Santarém é considerada a cidade mais antiga do Brasil, com indícios da presença indígena no território há pelo menos 10 mil anos. Por isso, os povos do baixo Tapajós ocupam as ruas com o objetivo de retomar seu território de origem após o processo de tentativa de apagamento histórico.
“O nosso principal tema do acampamento é o marco temporal, mas também essa mobilização é uma demarcação de território. É dizer que nós existimos, nós estamos aqui, que Santarém é um território indígena. Apesar de 361 anos que comemoram do aniversário de Santarém, isso não apaga a nossa existência, muito menos a nossa história. Nós somos milenares aqui nessa região”, declarou Auricélia Arapiun, coordenadora do CITA.
No Baixo Tapajós, os povos indígenas resistem ao dilema do avanço do agronegócio, exploração madeireira ilegal e grandes empreendimentos que adentram seus territórios. O acampamento irá tratar sobre os projetos de lei como o 191/2020 que tenta liberar a atividade garimpeira nos territórios indígenas e pode impactar ainda mais os povos da região do Tapajós. Em janeiro deste ano, o Rio Tapajós foi destaque nacional pela mudança de cor das águas no curso do rio próximo a Alter do Chão, distrito de Santarém, ocasionadas pela atividade garimpeira ilegal na região.
A mobilização pretende construir um espaço de resistência, discussão e mobilização pelos direitos dos povos indígenas. A defesa dos territórios e a garantia de políticas públicas pela qualidade de vida, como educação e saúde também serão pauta de reivindicação.
Segundo Auricélia Arapiun o acampamento no baixo Tapajós articula a resistência que vem sendo construída pelos povos indígenas da Amazônia e em todo Brasil. “É um ato que vai representar a Amazônia no contexto atual que nós estamos vivendo de tantos retrocessos e tantas violações contra os nossos direitos. A gente está se juntando aos parentes da Amazônia, aos parentes do Brasil todo que também vão fazer suas manifestações. Aqui a gente permanece com o nosso acampamento que é um marco da nossa história, é um sonho que nós estamos realizando, dar visibilidade pra luta dos povos indígenas do Baixo Tapajós”, pontuou.
Estarão presentes em Santarém indígenas das 13 etnias representadas pelo Conselho Indígena Tapajós e Arapiuns: Tapajó, Tupaiu, Tapuia, Munduruku, Munduruku-Cara Preta, Maytapu, Tupinambá, Arapium, Arara Vermelha, Jaraqui, Apiaká, Kumaruara e Borari.
Programação
O Acampamento Santarém Território Indígena terá cinco dias de programação e contará com dezenas de atividades. O enfrentamento ao marco temporal e aos grandes projetos dentro dos territórios serão destaques na programação que contar também com plenárias sobre juventudes, mulheres, educação escolar e superior e comunicação.
Além disso, em todos os dias de acampamento a população de Santarém poderá conhecer e consumir produtos produzidos pelos povos indígenas na Feira de Artesanato, que estará localizada na Praça São Sebastião.
A programação completa pode ser encontra nas redes sociais do cita: @citabt e está sujeita a alterações.
O Acampamento Santarém Território Indígena terá cinco dias de programação e contará com dezenas de atividades. O enfrentamento ao marco temporal e aos grandes projetos dentro dos territórios serão destaques na programação que contar também com plenárias sobre juventudes, mulheres, educação escolar e superior e comunicação.
Além disso, em todos os dias de acampamento a população de Santarém poderá conhecer e consumir produtos produzidos pelos povos indígenas na Feira de Artesanato, que estará localizada na Praça São Sebastião.
A programação completa pode ser encontra nas redes sociais do cita: @citabt e está sujeita a alterações.