Madeira apreendida pela PF e pelo Ibama em operação contra crimes ambientais em Rondônia, em 2021 (Foto: PF/Divulgação) |
Ao cruzar informações sobre as autorizações para extração madeireira emitidas pelos órgãos ambientais do estado com imagens de satélite, os pesquisadores chegaram à conclusão que Chupinguaia concentrou 29% da extração ilegal, Pimenta Bueno, 27%, Machadinho D´Oeste, 23%, Porto Velho, 17% e Corumbiara, 5%.
Dois dos cinco municípios que mais exploraram de forma ilegal ficam na porção norte do estado, o que pode ser um indicativo do avanço do desmatamento naquela região de Rondônia.
O corte seletivo de madeira é o primeiro passo para a devastação total, já que a área fica “empobrecida” sem os recursos madeireiros e passa a ser utilizada para outros usos, como pasto e lavoura.
Das explorações não autorizadas, 98% ocorreu dentro de imóveis rurais privados, o que permite a atribuição da responsabilidade aos donos das propriedades.
Nos outros 14.361 hectares, a extração ocorreu de forma legal. O número representa 88% do total explorado.
A Rede Simex é formada por quatro instituições ambientais: Imaflora, Imazon, Idesam e ICV.
“A transparência dos dados é algo fundamental para qualificar o debate sobre o setor florestal. Temos dialogado com os órgãos estaduais de meio ambiente visando a construção de uma agenda positiva e o compartilhamento de conhecimento”, ressalta Leonardo Sobral, gerente florestal do Imaflora.
Para esse estudo, foram utilizados os dados abertos do Sinaflor, a partir do Sistema Compartilhado de Informações Ambientais (Siscom), e dados dos Planos de Manejo Florestal Sustentável disponibilizados pela Secretaria de Estado de Desenvolvimento Ambiental (SEDAM/RO).
Todas as explorações encontradas em Unidades de Conservação foram autorizadas, e estão concentradas em duas Concessões Florestais: Floresta Nacional do Jamari e Floresta Nacional de Jacundá.
Não foram encontradas explorações em áreas restritas como Unidades de Conservação de Proteção Integral e Terras Indígenas. (O ECO)