Rondônia continua com mais de 15 rodovias bloqueadas em cerca de 13 cidades

Manifestantes desafiam autoridade do STF e da Polícia Militar
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FRANCISCO COSTA
1 novembro 2022
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Rodovias continuam bloqueadas em Rondônia (Divulgação)

A Polícia Rodoviária de Rondônia (PRF-RO), confirmou que até às 18h20 desta terça-feira (01), havia 15 pontos de paralisação em 3 rodovias de aproximadamente 13 cidades no Estado.  Os bloqueios são organizados por apoiadores do presidente Jair Bolsonaro (PL), inconformados com a vitória de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) que foi eleito para o terceiro mandato de presidente do Brasil. 

O governador de Rondônia, Coronel Marcos Rocha (UB), apoiador de Bolsonaro não se manifestou sobre a situação das rodovias no Estado. O tenente-coronel do Corpo de Bombeiros, Felipe Bernardo Vital, 38, Secretário de Segurança Pública de Rondônia, esteve reunido com integrantes da PRF, mas não comentou sobre o assunto. 

Marcos Rocha obteve 458.370 votos, o que corresponde a 52,47% dos votos válidos, enquanto o adversário, Marcos Rogério conseguiu 415.278, equivalente a 47,53%, segundo o TSE (Tribunal Superior Eleitoral).

Rondônia é dominado pelo agronegócio, que elegeu Bolsonaro em 2018 com 538.311 votos (62.24%) no primeiro turno e 594.968 (72,18%) votos no segundo. Neste ano, em primeiro turno, o presidente obteve 581.306 votos (64,4%) antes os 261.749 (28,9%) de Lula, segundo o Tribunal Superior Eleitoral (TSE). No segundo turno Jair Bolsonaro também venceu Lula com 70,66% dos votos válidos (633.236 votos) e o petista com 29,34% dos votos válidos (262.904 votos). 

Historicamente, o PT só teve sucesso uma vez nas urnas em Rondônia nas eleições presidenciais. Em 2002, Lula venceu com 283.279 votos ante os 128.000 do então adversário José Serra (PSDB). No segundo mandato, Lula teve uma derrota apertada para Geraldo Alckmin, que teve 344.096 (47,04%) votos e o petista, 329.598 (45,06%). Em 2014, o candidato Aécio Neves (PSDB) superou a presidente reeleita Dilma Rousseff (PT) com 442.349 votos (54,86%) ante os 364.055 (45,15%). Dos 52 municípios do Estado, 39 preferiram Aécio e 13 escolheram Dilma. Essa evolução dos dados já evidenciam uma aproximação do eleitorado com políticos de centro-direita.

IMPACTOS - A Confederação Nacional da Indústria (CNI) alertou para o "iminente risco de desabastecimento e falta de combustíveis, caso as rodovias não sejam rapidamente desbloqueadas. As indústrias já sentem impactos no escoamento da produção e relatam casos de impossibilidade do deslocamento de trabalhadores. As paralisações também já atingem o transporte de cargas essenciais, como equipamentos e insumos para hospitais, bem como matérias-primas básicas para as atividades industriais".

De acordo com informações da CNI, 99% das empresas brasileiras usam as rodovias para transporte de sua produção. "O setor industrial se posiciona contrariamente a qualquer movimento que comprometa a livre circulação de trabalhadores e o transporte de cargas, e que provoque prejuízos diretos no processo produtivo e na vida dos cidadãos - os mais impactados com essa situação. O direito constitucional de ir e vir dos brasileiros precisa ser respeitado".

O setor industrial também se posicionou contra as manifestações. "CNI é veementemente contrária a qualquer manifestação antidemocrática que prejudique o país e sua população. A CNI mantém permanente contato com representações setoriais e estaduais, a fim de monitorar os impactos dos bloqueios sobre as atividades produtivas do país, bem como interlocução direta com as instituições competentes visando à célere liberação de rodovias federais e estaduais, com a observância da decisão do Supremo Tribunal Federal (STF)". 

MANIFESTOS - Mais de 70% dos supermercados em sete estados e no DF já apresentam problemas de abastecimento por conta dos bloqueios de bolsonaristas nas rodovias do país. Ao menos 12 estados e o DF determinaram que a Polícia Militar (PM) atue para liberar as rodovias.

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), reiterou que as polícias militares dos estados são capazes de desobstruir rodovias federais bloqueadas e identificar, multar e prender os responsáveis.

Subprocuradores do Ministério Público Federal pediram nesta terça-feira (1º) ao Procurador da República no Distrito Federal, Peterson Pereira, a abertura de investigação contra o diretor da Polícia Rodoviária Federal, Silvinei Vasques, em razão das operações realizadas pela instituição no dia da eleição e de suposta omissão no caso dos bloqueios de estradas.

O documento é assinado por integrantes da 7ª Câmara de Coordenação e Revisão do Controle Externo da Atividade Policial e da 2ª Câmara de Coordenação e Revisão - Criminal do Ministério Público Federal.

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