MP pede dissolução de associações com indícios de envolvimento em invasões em parque ambiental de Rondônia

Associação de Produtores Terra Roxa estaria sendo movimentada para tentar dar ares de legalidade às invasões existentes do Parque Estadual.
Compartilhe no WhatsApp
FRANCISCO COSTA
5 dezembro 2022
0


O Ministério Público de Rondônia ingressou no Poder Judiciário com ações civis públicas em que requer a dissolução compulsória (extinção) de duas associações que estariam envolvidas na prática de crimes ambientais, que consistem, principalmente, em desmatamento e invasão ao Parque Estadual de Guajará-Mirim e de seu entorno.

As ações foram propostas pela 2ª Promotoria de Justiça de Guajará-Mirim e Grupo de Atuação Especial do Meio Ambiente (GAEMA), em razão de indícios de que as entidades – Associação dos Produtores Rurais de Jacinópolis (Asprorjapolis) e Associação de Produtores Rurais Terra Roxa-, estariam fomentando e viabilizando a prática de crimes ambientais no interior da área protegida, bem como na zona de amortecimento da unidade, denominada ‘Bico do Parque, situada nos Municípios de Nova Mamoré e Guajará.

As informações aportaram ao MP por meio de equipes de fiscalizações que indicaram o envolvimento de membros associados das entidades nos atos ilícitos, evidenciando a utilização da pessoa jurídica para fins ilegais, especialmente tentativa de grilagem de área pública, invasão e desmatamento. Ações civis públicas visando à desintrusão da área já foram ajuizadas pelo Ministério Público.

Fatos – Conforme relata o MP, há alguns anos, autoridades vêm verificando o envolvimento da Asprorjapolis em atos de invasão ao parque. Entre as diversas práticas ilegais estariam a viabilização de suporte loteamento da zona de amortecimento Bico do Parque; invasões; desmatamentos; recebimento de valores e inserção de invasores no interior da unidade de conservação.

De igual modo, a Associação de Produtores Terra Roxa estaria sendo movimentada para tentar dar ares de legalidade às invasões existentes do Parque Estadual. Segundo destaca o MP, a entidade atua na tentativa de legalizar a ocupação ilícita da área.

Para o Ministério Público, as entidades não desempenham atividades para as quais foram criadas, afrontando e descumprindo, explícita e deliberadamente, as finalidades e objetivos contidos em seus Estatutos, bem como sendo utilizadas para fomentar a prática de ilícitos, em desconformidade com as normas legais.

Liminar - Nas ações em que pede a dissolução das associações, o MP requer, em caráter liminar, a imediata suspensão das atividades da Asprorjapolis e Terra Roxa em todo o Estado, com impossibilidade de qualquer novo registro ou averbação perante cartórios de registro civil e de pessoas jurídicas de Nova Mamoré e Guajará-Mirim, bem como recebimento de quaisquer bens ou verbas públicas. Ao final, requer que as ações sejam julgadas procedentes, sendo reconhecida a ilicitude das atividades desempenhadas pelas entidades, decretando-se a dissolução compulsória das associações.

Siga no Google News

Postar um comentário

0Comentários

Postar um comentário (0)

#buttons=(Ok, estou ciente!) #days=(20)

Nosso site usa cookies para melhorar a experiência de navegaçãoSaiba Mais
Ok, Go it!