Contrabando de mercúrio para garimpo ilegal custou R$ 1,1 bilhão ao Tesouro

MPF em Roraima denunciou o empresário bolsonarista Rodrigo Martins de Mello como suspeito de liderar uma quadrilha que explora o garimpo ilegal
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FRANCISCO COSTA
5 dezembro 2022
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O esquema desbaratado pela Polícia Federal e pelo Ministério Público Federal na semana passada, na investigação do contrabando de mercúrio para uso do garimpo ilegal na Amazônia, pode ter resultado em um prejuízo superior a R$ 1,1 bilhão aos cofres públicos em impostos sonegados, informou o Estadão.

A operação, batizada de “Hermes (Hg)”, executou mandados de prisão e busca e apreensão em seis estados, além do bloqueio de bens no valor do prejuízo estimado de pessoas físicas e jurídicas envolvidas no crime. De acordo com os investigadores, o esquema teria começado há quase uma década, com os criminosos fraudando documentos do IBAMA relativos à importação de mercúrio.

Empresas de fachada foram criadas para declarar que haviam obtido o metal por meio de reciclagem ou pela compra de crédito de outras empresas, dando uma aparência de legalidade ao material adquirido. O destino final seria pontos de garimpo na Amazônia Legal, inclusive em Terras Indígenas, onde a atividade é expressamente proibida. O Poder360 também repercutiu a informação.

Enquanto isso, o MPF em Roraima denunciou o empresário bolsonarista Rodrigo Martins de Mello como suspeito de liderar uma quadrilha que explora o garimpo ilegal na Terra Yanomami.

Vulgo “Rodrigo Cataratas”, ele é conhecido defensor da legalização da atividade garimpeira e foi candidato derrotado à Câmara dos Deputados pelo PL, partido do presidente. Ele também é suspeito de envolvimento em uma tentativa de ataque a um helicóptero do IBAMA em setembro de 2021. A notícia foi divulgada pela Folha.

Em tempo: O sistema Sirad-I, do Instituto Socioambiental (ISA), apontou para uma explosão do desmatamento em Terras Indígenas nos meses de setembro e outubro na comparação com o bimestre anterior. 

Cerca de 460 hectares foram desmatados nos últimos dois meses, e as principais áreas afetadas foram as Munduruku (PA), Araribóia (MA), Arara do Rio Branco (AC), Jacareúba/Katawixi (AM) e Uru-Eu-Wau-Wau (RO). Só na Terra Munduruku, o acumulado de desmatamento de 2022 já supera os 440 hectares. 

O impacto do garimpo nesta TI nos últimos anos é surpreendente: desde 2020, a estimativa é de que 1,5 milhão de árvores tenham sido derrubadas. O Metrópoles deu a notícia. (Clima Info)

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