Amazônia coberta por fumaça das queimadas (Carta Capital) |
O coautor e cientista da Universidade de Helsinque, Dr. Giovanni Strona, explicou ao The Guardian que mapearam muitas espécies do mundo para saberem o tempo de vida delas.
“Nós povoamos um mundo virtual desde o início e mapeamos o destino resultante de milhares de espécies em todo o mundo para determinar a probabilidade de pontos de inflexão no mundo real”, afirmou Strona.
Durante a Convenção sobre Diversidade Biológica (COP15) que aconteceu no mês de dezembro de 2022 em Montreal, no Canadá, pelos menos 3 mil cientistas pediram medidas dos governos para frearem a destruição da natureza e assim manter a vida das espécies em extinção, que aponta que cerca de 1 em cada 10 espécies está em risco de desaparecer.
Um artigo publicado na Science Advances, pesquisadores alertam que a crise climática pode levar a uma cascata de extinções, visto que predadores perdem suas presas, parasitas perdem seus hospedeiros e a alta nos termômetros coloca em risco toda a teia de vida na Terra.
O coautor do estudo, o professor Corey Bradshaw, da Flinders University, falou ao The Guardian e destacou que a pesquisa é inédita porque avalia os efeitos da extinção para toda uma cadeia secundaria de espécies dependentes. “Este estudo é único porque considera também o efeito secundário na biodiversidade, estimando o efeito da extinção de espécies nas cadeias alimentares locais além dos efeitos diretos. Os resultados demonstram que as interligações nas redes alimentares pioram a perda de biodiversidade”, explica o professor.
Na lista vermelha da União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN), há ameaças para mais de 150.388 espécies, sendo que dessas 42 mil podem ser extintas, que em sua maioria é devido à ação humana. Além disso, 6% das plantas e animais podem desaparecer até 2050 em meio ao cenário de emissões de gases estufas pelo setor de transportes e esse número pode subir para 13% até o final do século. No pior cenário de aquecimento, a estimativa é que 27% da fauna e flora podem ser extintas até 2100.
Os resultados da pesquisa surgem quando as negociações da COP15 estão em ponto crítico. Em uma carta aberta, mais de 2.700 cientistas pediram aos governos que combatam o consumo excessivo dos recursos naturais e comecem a reverter a perda de biodiversidade até 2030.