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| Nova espécie de jiboia-anã é considerada endêmica do Equador e seu hábitat está nas florestas de altitude. (Foto: Rodrigo Buendia / AFP) |
Cientistas presenciaram uma nova descoberta na biologia amazônica, no Equador, uma nova espécie de jiboia-anã com resquícios evolutivos, uma pélvis vestigial, de quando a espécie deixaria para trás as patas para priorizar escorregar por aí. O réptil primitivo foi nomeada de Tropidophis cacuangoae, uma singela homenagem à ativista pelos direitos dos indígenas no Equador Dolores Cacuango.
A espécie recém descoberta chega a até 20 cm de comprimento, com cores e padrões semelhantes aos de uma jiboia comum. Dois espécimes foram coletados para estudo: um vindo da reserva nacional Colonso Chalupas, da província de Napo, e outro da reserva privada Sumak Kawsay, de Pastaza.
Os vestígios da evolução é uma incrível evidencia de como viviam essas espécies. E um dos aspectos mais marcantes da nova serpente é a presença da pélvis vestigial, presente no exemplar macho, algo que a ciência havia visto em serpentes primitivas. A característica evidencia a redução das extremidades em répteis escamosos, que ocorreu há milhões de anos, que pode ser explicada as pressões climáticas do período Quaternário, iniciado há 2,58 milhões de anos, mas que dura até os dias de hoje.
A descoberta foi possível com a colaboração durante quatro anos de cientistas equatorianos (Mario Ortega), norte-americanos (Alexander Bentley), brasileiros (Omar Machado Entiauspe Neto) e alemães (Claudia Koch).
O Ministério do Meio Ambiente do Equador e os pesquisadores explicam que a descoberta da jiboia vai aumentar o número de espécies do gênero Tropidophis para 6 espécies. Mas ela é única à América do Sul, aparecendo no Equador, Peru e Brasil.
A descoberta vai acender uma esperança para os cientistas e conservacionistas do Equador, que esperam a geração de mais recursos para a conservação do habitat das serpentes e de outros animais. A jiboia-anã representa um forte argumento para manutenção e aumento de áreas protegidas no país.
A espécie é tida como endêmico ao Equador, ou seja, que existe apenas neste país. Tendo seu habitat caracterizado pelas florestas de altitude, áreas chuvosas, com muita umidade e neblina. (AFP)