Ondas de calor na Espanha tornaram 2022 o ano mais quente que o país já viveu

Temperatura média anual foi a mais alta desde 1916, quando os dados começaram a ser compilados
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FRANCISCO COSTA
2 janeiro 2023
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Bombeiros combatem incêndio florestal na Espanha. (Cesar Manso/AFP)

O ano de 2022 foi o mais quente na Espanha desde que o país começou a registrar as temperaturas médias, afirmou nesta segunda-feira (2) o principal órgão meteorológico espanhol.

Enquanto o aquecimento global faz as temperaturas subirem em todo o mundo, a Espanha registrou média de 15,5°C, batendo o recorde que era de 2016 e fazendo de 2022 o ano mais quente da série histórica.

Segundo dados da Agência Estatal de Meteorologia (Aemet), esta foi a primeira vez que a temperatura média anual superou a marca dos 15°C. Em 1916, primeiro ano das medições, a média era de pouco mais de 12,5°C. Ainda de acordo com a Aemet, até 2011 a Espanha nem sequer tinha ultrapassado os 14,5°C, mas, desde então, as temperaturas médias já o fizeram cinco vezes.

Relatório da Organização Meteorológica Mundial (OMM) em 2021 apontou que a frequência de eventos climáticos extremos se multiplicou por cinco em 50 anos. O mais recente foi a onda de frio na América do Norte, que deixou grandes áreas dos EUA e do Canadá sob grossas camadas de neve e provocou mais de 60 mortes.

Entre maio e outubro de 2022, a Espanha viveu o outro extremo. Ondas de calor em série provocaram temperaturas escaldantes, grandes secas, incêndios florestais, danos a plantações e restrições no uso da água. Em algumas regiões do país, os termômetros registraram mais de 40°C.

Em relatório publicado em dezembro, a Aemet afirmou que, com exceção de março e abril, todos os meses de 2022 na Espanha foram "mais quentes que o normal, especialmente maio, julho e outubro, que foram extremamente quentes".

A ausência de chuvas também quase bateu um recorde histórico. O país registrou um de seus anos mais secos em 2022, com apenas 2005 e 2017 tendo recebido menos precipitação, afirmou a agência. Dados do Ministério do Meio Ambiente espanhol apontam que os reservatórios do país fecharam o ano com 43% da capacidade —a média dos últimos dez anos é de 53%.

Barcelona e outras áreas da região nordeste da Catalunha impuseram restrições de água devido à falta de chuva. Está proibido, por exemplo, usar água potável para lavar quintais e carros e para encher piscinas.

Temperaturas mais altas que o normal no verão espanhol, de junho a setembro, mataram mais de 4.700 pessoas, segundo estimativas de um instituto de saúde pública com base nos dados de mortes em excesso nesse período.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) afirmou que Espanha e Alemanha foram os países mais afetados pelo calor extremo, que provocou, segundo a entidade, ao menos 15 mil mortes na Europa. O calor pode matar induzindo uma insolação, que causa danos em órgãos como rins e cérebro, mas também pode desencadear outros problemas letais, como ataques cardíacos ou problemas respiratórios. (AFP)

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