Especialista defende novas "fontes de renda" para garimpeiros em Roraima

As previsões são de 20 mil garimpeiros ocupando a reserva yanomami e as poucas estruturas institucionais em funcionamento, inclusive postos de saúde.
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FRANCISCO COSTA
7 fevereiro 2023
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Em mais um desenrolar da crise yanomami, o governo federal decretou na última segunda-feira (6) a ampliação dos efetivos da Polícia Federal e da Força Nacional em Roraima, responsáveis por retirar garimpeiros que estão ilegalmente na área. As previsões são de 20 mil garimpeiros ocupando a reserva yanomami e as poucas estruturas institucionais em funcionamento, inclusive postos de saúde.

Os números indicam o tamanho do desafio que a Amazônia tem pela frente, com a necessidade de programas que substituam a renda advinda do garimpo ilegal por atividades econômicas que gerem tributos aos municípios e financiem políticas públicas que garantam alternativas sustentáveis para o território e para a população local. É o que afirma Sergio Andrade, mestre em gestão e políticas públicas, e diretor executivo da ONG (Organização Não Governamental) Agenda Pública.

“Serão necessários anos para reestruturar a assistência aos indígenas e um amplo debate com a sociedade amazônica, uma repactuação que precisa passar pela criação de novas fontes de renda mais sustentáveis. É uma utopia acreditar que o problema será resolvido se a população amazônica não contar com opções alternativas para garantir sua subsistência”, reforça o especialista.

Sérgio lembra que a bioeconomia, por exemplo, tem grande potencial na região, permitindo uma distribuição mais justa da renda e menos impactos ambientais. Nesse sentido, é fundamental que os governos locais tenham papel de liderança e consigam incorporar as demandas da população em seus programas de governo.

Quem é ele - Sérgio Andrade é o diretor executivo da Agenda Pública, organização que desenvolve há 14 anos projetos de desenvolvimento sustentável para a melhoria dos serviços públicos brasileiros. A entidade busca unir governos, empresas e a sociedade civil para encontrar as condições necessárias para a implementação de políticas públicas na Amazônia e para fomentar o desenvolvimento econômico dessa região. É cientista social e mestre em gestão e políticas públicas, com mais de 20 anos de experiência na gestão de políticas públicas e projetos socioambientais. Em 2015, recebeu o prêmio de Empreendedor Social pela Folha de São Paulo. Integra a rede global do Fórum Econômico Mundial e é membro do Conselho Nacional de Transparência e Combate à Corrupção e da Comissão Nacional dos ODS.

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