#Vídeo: como funciona o garimpo em Rondônia?

O documentário foi elaborado por uma emissora de TV de Portugal
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FRANCISCO COSTA
29 setembro 2023
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Cerca de 26 balsas de garimpo ilegal de ouro são vistas em atividade e em uma formação conhecida como "fofoca", no rio Madeira, nas proximidades da capital Porto Velho RO. 22 de março de 2023 (Foto: Bruno Kelly/Amazônia Real).

Quando há pouco mais de um ano o jornalista britânico Dom Phillips e o indigenista brasileiro Bruno Pereira foram assassinados, um grupo de jornalista reuniu-se para dar continuidade ao trabalho de divulgação e combate às ameaças de destruição da floresta amazónica, com consequências em todo o planeta. Coordenados pelo consórcio internacional Forbidden Stories, 50 repórteres de dez países e 16 instituições trabalharam durante um ano para concretizar o “Bruno and Dom Project”.

A mineração ilegal de ouro era uma das maiores preocupações de Dom e Bruno e foi alvo de uma Grande Reportagem que legou a SIC e o Expresso, em colaboração com o site de jornalismo independente “Amazónia Real”, ao estado de Rondónia e ao rio Madeira, zona de confronto entre garimpeiros e a polícia brasileira. Com imagens nunca antes divulgadas em Portugal, mostramos como vivem, trabalham e se divertem os homens e mulheres que tiram pó de ouro do fundo do rio, usam o mercúrio para transformar as faíscas brilhantes em pepitas, que chegam às grandes cidades e depois à Europa.

Um negócios sujo que contribui para a destruição da natureza e o desenvolvimento do circuito do crime. Um percurso que passa pela capital de Rondónia, pelo interior da floresta e pela cidade de Manaus. Que revela como sobrevivem os garimpeiros, a tentativa de combate da polícia, a conivência das autoridades públicas que permitem o desenvolvimento da atividade ilegal e a resistência dos ativistas que vêm dos povos originários.

Resistentes como Txai Suruí, jovem indígena que assumiu a missão de defender a tradição de seu povo. Uma líder que já discursou em palcos para grandes políticos mundiais em defesa da floresta amazónica, ou a sua mãe Neidinha, fundadora da ONG Kanindé, que trabalha em prol das populações afetadas pela destruição causada pela poluição dos rios no estado de Rondónia.

Mas também quem vive do garimpo ilegal, como Flávia Borges, que começou cozinheira numa balsa e já é dona de uma embarcação de garimpo. Mãe e avó, trabalha de sol a sol para retirar uma média de dez gramas diárias de ouro do fundo do rio Madeira. Ou D. Selma, que Selma, que sonhava ser garimpeira, já teve uma embarcação explodida pela polícia federal e promete abandonar o garimpo porque, diz, “não nasceu para ser caçada”.

Uma história marcada pela crise económica, em que bons e maus se misturam, mas em que quem sempre sai a perder é a natureza. A grandiosidade da floresta amazónica vista de dentro do rio Madeira, ameaçada pelo garimpo ilegal do ouro, cujos efeitos nocivos ao ambiente e às populações são explicados por Wanderley Bastos, o biólogo que há mais tempo estuda o garimpo fluvial no rio Madeira.

Um enredo brasileiro que depende da defesa feita por políticos como o vereador Marcelo reis, também ele um ex-garimpeiro, ou o secretário de Estado do Desenvolvimento Ambiental, Marco António Ribeiro de Menezes Lagos, para quem a proteção da natureza não pode ser colocada à frente do crescimento económico.

Uma Grande Reportagem inédita, que leva os espectadores a locais de difícil acesso e que revela a complexidade e os perigos do desígnio da proteção da floresta amazónica.




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