Rondônia perfura poços artesianos para garantir água potável na seca extrema

Mesmo com seca, rio Madeira volta subir volume de água
Compartilhe no WhatsApp
Voz da Terra
24 junho 2024
0

Bancos de areia no rio Madeira. (Foto: Daiane Mendonça - Secom - Gov. Ro)

O Centro Gestor e Operacional do Sistema de Proteção da Amazônia (Censipam) prevê que a seca no rio Madeira superará os recordes de 2023, quando atingiu a menor marca histórica em Porto Velho. Em resposta, a prefeitura de Porto Velho iniciou, na quinta-feira (20), a construção de poços artesianos em comunidades e distritos ao longo do rio, em colaboração com o Serviço Geológico Brasileiro (SGB). O objetivo é melhorar o acesso à água potável para as comunidades ribeirinhas, com previsão de conclusão das obras até o final de julho.

Segundo o boletim hídrico mais recente do Governo de Rondônia, o rio Madeira já está 4 metros abaixo da marca do ano passado, o que preocupa especialistas e moradores locais. A Sociedade de Portos e Hidrovias de Rondônia (Soph) intensificou o monitoramento da seca, especialmente após o nível atingir 4,17 metros na última quarta-feira (19).

As comunidades rurais e ribeirinhas beneficiadas com poços incluem: Terra Firme, Comunidade Papagaios, Comunidade Santa Catarina, Distrito de Calama e Distrito de Demarcação. De acordo com a administração municipal, as obras estão programadas para serem concluídas até o final de julho.

Com o rio Madeira próximo de alcançar níveis críticos, a Marinha pode impor restrições à navegação noturna como medida preventiva. O período mais desafiador da seca está previsto para outubro, levando as empresas do porto a ajustar operações para adaptar a navegação e o transporte de cargas ao longo do rio. Em outubro de 2023, o rio atingiu um recorde negativo de 1,10 metro, resultando em restrições severas na navegação.

Monitor

Boletim hídrico do governo de Rondônia informa que o Madeira oscilou bastante na última semana. Na quarta-feira, 19, mediu 4,17 metros. Na quinta-feira, 20, atingiu 4,84 metros. E já sexta-feira, 21, mediu 6,64. Informações não confirmadas, afirmam que o Madeira aumentou seu volume de água em razão da abertura de comportas da Usina Hidrelétrica Santo Antônio Energia. Uma medida inicial para evitar crise no abastecimento hidrelétrico no país por conta da estiagem.

Este ano, pesquisas indicam que a estiagem será ainda mais severa. Impulsionada pelo fenômeno conhecido por El Niño, e pelo período natural de estiagem, a crise hídrica tem acendido o alerta da direção do Porto de Porto Velho, que está agindo para mitigar os impactos nas movimentações pelo modal aquaviário.


Em outubro do ano passado, o Rio Madeira atingiu o menor nível registrado nos últimos 50 anos: 1,10 m. Porém, as embarcações ainda puderam operar, seguindo restrições para garantir a segurança na navegação. Para continuar a navegabilidade, as cargas foram reduzidas para a metade do que é rotineiramente transportado, e a Marinha proibiu a navegação noturna. Neste ano, a estimativa do Centro Gestor e Operacional do Sistema de Proteção da Amazônia (Censipam), é de que o rio atinja níveis inferiores aos registrados em 2023. No mês de junho já está sendo possível observar esses números. Em 19 de junho de 2023, o rio atingiu a marca de 9,9 metros; no mesmo dia deste ano, o rio alcançou a marca de 4,17 metros.


Dragagem


A atuação ativa e próxima do Porto junto aos órgãos competentes, otimiza o tempo para a resolução de problemas como a obstrução de passagem causada pelos bancos de areia, como explicou o diretor-presidente da Soph, Fernando Parente: “Através da autoridade portuária, buscamos informações a respeito dos autores responsáveis pela manutenção da hidrovia do Madeira, como o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit), que tem contrato com a empresa que efetua a dragagem em pontos críticos da bacia. Assim podemos entender o escopo de atuação e planejamento desse ano para dragagem, e se estão surgindo novos pontos de ação para o serviço,” explicou.


Também vem sendo feito um monitoramento junto aos operadores, à Federação Nacional das Empresas de Navegação (Fenavega) e à Agência Nacional de Transporte Aquaviário (Antaq), em relação ao status das movimentações e se já ocorrem agravamentos. Somado a esses esforços, o porto também entrou em contato com a empresa que opera a usina hidrelétrica no Rio Madeira para analisar a vazão de água e o impacto na área anterior e posterior da barragem.


Como o período mais intenso da seca não começou ainda, as empresas estão antecipando as dinâmicas de transporte. O porto aguarda o posicionamento da Marinha em relação aos procedimentos que geralmente ocorrem nesse período, como a proibição da navegação noturna e outras medidas, para adequar o translado de embarcações e cargas pelo Rio Madeira.


Siga no Google News

Postar um comentário

0Comentários

Postar um comentário (0)

#buttons=(Ok, estou ciente!) #days=(20)

Nosso site usa cookies para melhorar a experiência de navegaçãoSaiba Mais
Ok, Go it!