Amazônia registra recorde de incêndios no primeiro semestre em duas décadas

A previsão de uma nova seca preocupante para 2024, semelhante à de 2023, já mobiliza alertas e medidas preventivas.
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Voz da Terra
9 julho 2024
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Pantanal queimando (Foto: Joédson Alves - Agência Brasil)


Redação Voz da Terra

Nos primeiros seis meses de 2024, a Amazônia registrou 13.489 focos de incêndio, um aumento de 61% em relação ao mesmo período do ano anterior, quando o INPE detectou 8.344 focos. 

Este é o pior primeiro semestre para o bioma em 20 anos. Desde o início da série histórica do INPE em 1998, apenas em 2003 (17.143) e 2004 (17.340) houve mais focos de incêndio nos primeiros seis meses do ano, conforme reportado por O Globo, Exame, Correio Braziliense, BNC Amazonas, Jornal de Brasília e Estado de Minas.

O aumento dos incêndios contrasta com a tendência de queda do desmatamento na região, que começou no início de 2023. 

O INPE registrou 1.525 km² desmatados na Amazônia de 1º de janeiro a 21 de junho deste ano, uma redução de 42% em comparação aos 2.649 km² desmatados no mesmo período do ano passado.

Rômulo Batista, porta-voz do Greenpeace Brasil, atribui o aumento dos incêndios na Amazônia, no Pantanal e no Cerrado às mudanças climáticas. 

O Cerrado registrou 13.229 focos de incêndio no primeiro semestre, próximo ao recorde de 2007 (13.214). “Boa parte dos biomas brasileiros está sob estresse hídrico devido à falta de chuvas. A vegetação seca é mais suscetível a incêndios”, afirmou Batista. Ele diz que a maioria dos incêndios é causada por atividades humanas, especialmente para a expansão agrícola, como já mencionado pela ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, e outros especialistas.

Em 2023, a Amazônia sofreu uma seca histórica devido à combinação das mudanças climáticas com o fenômeno El Niño. Este ano, com a transição de El Niño para La Niña, as previsões indicam chuvas abaixo da média e temperaturas acima da média, levantando preocupações sobre a estiagem de 2024. 

O CENSIPAM, do Ministério da Defesa, está alertando órgãos de defesa civil sobre a necessidade de medidas preventivas e assistência às populações afetadas. Flávio Altieri, analista do CENSIPAM, afirmou que os estudos indicam uma seca similar à do ano passado, conforme relatado pela Agência Brasil, Um Só Planeta e Canal Rural.

O fenômeno da seca-relâmpago, um evento climático extremo de curta duração e alta intensidade, está afetando mais cidades no Brasil. O Laboratório de Análise e Processamento de Imagens de Satélites (LAPIS) da Universidade Federal de Alagoas (UFAL) identificou um aumento no número de municípios com dias consecutivos de seca nos últimos meses, conforme informado pela Letras Ambientais. (Com Clima Info)


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