Redação Voz da Terra
Quatro indivíduos foram detidos em flagrante e 32 embarcações foram inutilizadas durante uma operação conjunta contra o garimpo ilegal no rio Madeira, entre os Distritos de São Carlos e Calama, em Porto Velho, na terça-feira (9).
A ação foi conduzida pela Polícia Federal em parceria com o Ibama e a Secretaria de Estado do Desenvolvimento Ambiental (Sedam).
Os vídeos da operação mostram a destruição de uma draga utilizada para garimpo. De acordo com a PF, o objetivo é combater delitos ambientais e a extração irregular de recursos federais.
O garimpo ilegal na Amazônia rondoniense, provoca sérios danos ambientais, sociais e humanos. Causa desmatamento, contaminação dos rios por mercúrio e impactos na biodiversidade e na vida dos seres humanos.
Atividade garimpeira contribui para conflitos territoriais e violações dos direitos de comunidades indígenas e tradicionais. Expõe os garimpeiros a condições de trabalho precárias e perigosas.
O ouro extraído de maneira ilegal da Amazônia frequentemente é contrabandeado para diversos países, movimentando milhões de dólares de maneira ilícita. Essa atividade não só alimenta o mercado negro internacional como também perpetua o ciclo de destruição ambiental e social na região.
Sobre o garimpo
A análise do Amazon Mining Watch revelou que as áreas de garimpo na Amazônia dobraram entre 2019 e 2023, abrangendo cerca de 1,9 milhão de hectares de floresta desmatada.
A ferramenta utiliza inteligência artificial para identificar áreas de mineração a céu aberto com uma precisão de 99,6% em imagens de satélite.
A atividade garimpeira está causando uma crise ambiental e social sem precedentes, com a contaminação de rios e comunidades pelo mercúrio. Estima-se que 70% do ouro extraído seja de origem ilegal.
O garimpo ilegal produz dezenas de toneladas de ouro por ano. O metal é extraído de maneira não regulamentada, sem os devidos cuidados ambientais e sociais.
O valor do ouro pode alcançar bilhões de dólares anualmente. Uma matemática que considera não apenas o preço no mercado internacional, mas também o custo associado ao contrabando e à lavagem de dinheiro envolvidos no comércio ilegal.
O garimpo contribui para o desmatamento da Amazônia, além de contaminar rios e solos com mercúrio, utilizado no processo de purificação do ouro.
As comunidades locais, incluindo povos indígenas, enfrentam consequências negativas, como a invasão de terras, conflitos violentos e a exposição a condições de trabalho perigosas e insalubres.
O ouro extraído ilegal da Amazônia é contrabandeado para países como Estados Unidos, Suíça e Emirados Árabes Unidos. E alimenta o mercado negro global, onde é refinado e reintroduzido no mercado legal, dificultando a rastreabilidade de sua origem ilegal.