Mais de 12 milhões de tartarugas da Amazônia vão povoar rios de Rondônia

Objetivo do projeto é monitorar, proteger e assegurar a reposição de estoques naturais
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FRANCISCO COSTA
12 dezembro 2022
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Soltura de quelônios permite evitar extinção dos animais (Governo de Rondônia)

Mais de 12 milhões de filhotes de tartarugas foram soltos no rio Guaporé em Rondônia, no último domingo, 11, uma ação do governo estadual com a Associação Comunitária Ecológica do Vale do Guaporé – Ecovale. O projeto é desenvolvido há 23 anos com o objetivo de monitorar, proteger e assegurar a reposição de estoques naturais

A desova este ano aconteceu em outubro e a eclosão em dezembro, um pouco mais tarde que o normal. De acordo com o biólogo da Sedam Leandro Almeida “as espécies de quelônios que sempre povoaram as regiões do Guaporé aproveitam a faixa de areia branca exposta às margens onde cavam seus ninhos para a desova”, explica ele.

Hoje pelo menos seis áreas de desova em cerca de 120 mil ninhos estão protegidas pelo projeto. Após a eclosão, geralmente no mês de novembro, a equipe do projeto recolhe os filhotes dos ninhos. Devido a proximidade das covas é possível encontrar ninhos interligados por túneis. 

Depois de coletados os filhotes são levados para os tanques rede onde ficam até perderem o odor característico, que atrai os predadores. Após esse período é realizada a soltura em áreas mais seguras. 

A soltura ocorre sempre no mês de dezembro, este ano o evento reuniu centenas de pessoas na praia Belo Oriente em São Francisco do Guaporé. Já em liberdade os filhotes e adultos migram para as águas em busca de refúgio e alimentação, longe do maior predador, os seres humanos.

De acordo com o comandante do Batalhão de Policiamento Ambiental, Coronel Adenilson Silva Chagas, “desde 2020 o projeto ganhou reforço na fiscalização, com a vigilância permanente no rio Guaporé para evitar a prática de ações predatórias na fronteira Brasil-Bolívia”, reforçou.

Para o vice-presidente da Ecovale, Zeca Lula, “as tartarugas encontradas no Guaporé são a maior espécie de quelônio de água doce da América do Sul, podendo chegar um metro de comprimento e pesar até 75 quilos. Por isso a importância de preservar a espécie nessa região que é considerado o maior berçário dessa espécie do mundo”, comemora.

Esse é o resultado desse trabalho feito em conjunto. Para a gerente regional de gestão ambiental da Sedam Jemyllly Duarte “o Estado pretende conservar mais a espécie, melhorando nos próximos anos a fiscalização nas estações de desova e eclosão, e diminuindo a vulnerabilidade do quelônio”, detalha.

“Por meio deste manejo, esperamos aumentar a taxa de sobrevivência dos quelônios, que ao nascerem são frágeis e não conseguem se alimentar ou se proteger de outros animais silvestres. Então, nosso propósito é auxiliar as tartarugas para que aprendam a comer o que vão encontrar nos rios quando forem soltos”, explicou Zeca Lula.

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